Os moradores da pequena cidade de Wilmington, Carolina do Norte, farão parte de um experimento que pode iniciar uma nova fase no mercado de telecomunicações: os cidadãos da serão os primeiros nos Estados Unidos a testarem uma rede móvel de dados que está sendo chamada de “Super Wi-Fi”.
Para funcionar, a rede - montada pela New Hanover County - utiliza espectros de radiofrequência que são chamados de “espaços brancos”, atualmente inutilizados com o fim da transição do sinal de TV analógico para o digital, em 2008. Na época, o uso desse espaço foi vetado pelo receio que o uso de dispositivos móveis causassem interferências no novo sinal de TV e em dispositivos eletrônicos que trabalhavam em frequências próximas. Agora, a FCC (Comissão Federal de Comunicações) dos Estados Unidos autorizou o uso desses espectros, transformando essa frequência em uma rede de dados móveis.
O sinal é chamado de “Super Wi-Fi” porque a baixa frequência do espectro antes utilizado para os sinais de TV fazem com que o sinal viaje mais longe que o Wi-Fi atual, além de ter também um maior poder de penetração, comparado as redes Wi-Fi tradicionais. Logo, o fator de maior relevância nessa rede será qualidade de sinal e o seu alcance, e não necessariamente a sua velocidade. Em contrapartida, o Super Wi-Fi pode oferecer uma conexão à internet de melhor qualidade e mais barata, uma vez que a estrutura básica para a disponibilidade do serviço já está pronta, bastando apenas a realização dos devidos ajustes nas frequências de transmissão de dados.
A utilização dos espaços brancos foi alvo de muita discussão nos Estados Unidos. Empresas de tecnologia como Google e Microsoft, a Associação Nacional de Emissoras de Rádio e TV e grandes operadoras de telefonia como a Verizon, se manifestaram contrárias ao uso dos espectros deixados pela TV analógica, alegando que smartphones e dispositivos que acessam à internet podem causar interferências com transmissões oficiais.
Já os defensores da proposta (muitos não licenciados para oferecer o serviço de telecomunicações nos Estados Unidos), defenderam a abertura do espectro, alegando que a iniciativa ajudaria a levar a banda larga móvel para regiões carentes, ajudando a fechar o que eles chamam de “fosso digital” em áreas urbanas e rurais dos Estados Unidos.
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